Continuando as admissões brutalmente honestas, decidi concluir minhas confissões em outro post, pra não deixar os posts muito longos. Mas antes um pequeno lembrete emocional:
~ Vi mais cedo alguns vídeos que havia publicado no Youtube, na época pré-Dublin e o clipezinho que fiz do The Scientist no Phoenix Park. O que senti foi uma nostalgia remota, um saudosismo leve, mas que me não me derrubou em lágrimas como numa outra vez. Acredito que o motivo é que, além do tempo passado (quatro anos), hoje aceito mais as reviravoltas que a corrente da vida me levou. Um dia preciso escrever sobre o episódio do surto, não posso deixar isso cair no esquecimento. Foi minha maior tragédia pessoal, e tive a sorte de conseguir voltar a ser uma pessoa aparentemente normal na sociedade.
Puta que pariu, que "pequeno lembrete".
Mas ok. Retratando a minha situação atual, estou praticamente na faixa de pedestres com a avenida vazia e hesitando atravessar. Escrevo pra refletir essa autosabotagem, se tem relação com algum medo de realmente ser bem sucedido, ou com a dura realidade que o sucesso se dá com pesado e constante esforço, ou talvez a mistura dos dois, trazendo à tona o fato de que nesse momento o meu sucesso simplesmente de mim e como eu organizo minha vida... e ao mesmo tempo vejo que toco minha vida como um pandeirista bêbado
Em termos concretos, o que tenho feito é negociações em mercados financeiros há pouco mais de um ano. Quando comecei a me interessar pelo assunto, tinha emprego de carteira assinada e justificava os maus resultados nas minhas ocupações celetistas. Daí decidi morar na casa de baixo, lutei contra espíritos malignos, tentei trazer prosperidade à região amazônica, me senti um arcanjo, perseguido por coisas secretas... enfim, os níveis descontrolados de dopamina me levaram ao psiquiatra outra vez. Fiquei boa parte de 2019 perdendo dinheiro nos mercados justificando que seria o preço do aprendizado. Acontece que, consegui novo emprego, continuei 'tradando', e vi que não conseguiria fazer ambos ao mesmo tempo.
No final do ano escolhi sair do emprego novamente ~ sim, a palavra é escolher ~ e tentar pela última vez ter sucesso na bolsa de valores, especificamente em mercados de futuros, minicontratos de índice Bovespa. Racionalmente, uma escolha ridícula. Não haveria espaço para um termo como 'arrojado', por simplesmente ter sido uma escolha de risco muito alto. Sem precisar mencionar a quantidade de dinheiro posta à mesa.
Especular em bolsa de valores não é necessariamente uma aposta, dentro desse nicho de alto risco existem escolhas menos arriscadas. Mas o risco é definido de forma bastante emocional, decidido em pequenos instantes. E o que essa experiência arriscada mais vem me trazendo é a responsabilidade em assumir as escolhas feitas. Mesmo que elas não venham dando tão certo. E nesse momento meu dilema é importante pra mim. Para que esse estilo de vida tenha êxito, é preciso que eu crie uma estrutura no meu cotidiano, de forma a não deteriorar minha saúde física e mental, e consiga ter estabilidade emocional para ter sucesso ao longo do tempo como trader.
Quando trabalhava na Stone e estava inseguro em relação às minhas escolhas naquele momento, consultei um astrólogo. E ele me indicou que um possível caminho para mim seria esse mesmo, de negociar papeis em bolsa de valores, daí me permiti escolher esse caminho outra vez. Em outras palavras, me permiti ser influenciado por uma pessoa que mal me conhecia, e hoje admito que foi um caminho que eu mesmo escolhi, como cantou Raul. E agora me encontro no mesmo tipo de bifurcação. Tomar outro caminho, ou escolher permanecer esse caminho? Daí é fácil vir à tona a realidade de que sou uma pessoa descomprometida com minhas próprias escolhas.
Preciso ir além de admitir, e não cometer os mesmos erros de sempre desta vez.
Bem vindo ao meu blog secreto. Aqui eu falo um monte de merda que só eu sei mesmo. Textos por André Picanço.
domingo, 23 de fevereiro de 2020
megazorde
A vida é cíclica. Em algum momento atrás escrevi algo sobre isso, com certeza. Eis que vivo, sobrevivo, tropeço, caio, retorno a esse reduto de inexperiência de vida, e recomeço o ciclo. Já fazem quase seis anos do início desse lugar, e me parece que quanto mais o tempo passa, mais eu percebo o quão juvenil eu era/sou.
Tive um 2019 bastante instável. O que começou com um período de mania, terminou com o conforto espiritual que a experiência psicodélica pode proporcionar. Até o momento, 2020 me parece um ano divisor de águas, onde me sinto no limite entre o sucesso e fracasso, e por incrível que pareça, não consigo decidir qual lado escolher, isto é, sinto de forma muito mais clara na minha carne que o sucesso e o fracasso dependem intrinsecamente do meu comprometimento com o que escolher fazer. É nada mais que uma crise de 1/4 de vida.
De forma brutamente honesta comigo mesmo, sou capaz de afirmar que minha veia artística não é tão forte o quanto pensava ser. Na verdade, é realmente difícil admitir que não tive progresso nas minhas escolhas criativas ~ seja cantando ou escrevendo ~ por pura falta de comprometimento. Eis que completo 27 anos no final do ano, e preciso descrever o tamanho do adversário o qual tenho que lidar no momento. Sou meu próprio monstro, criando o cenário e o megazorde que irão levar ao chão tudo o que inicialmente concebi. Como escritor da minha trama pessoal, sou perfeitamente capaz de criar o cenário e as condições ideias para o progresso, mas acredito que me faltam bolas pra encontrar o heroi, e permaneço observando a deterioração dos meus ideais.
TL;DR: sou incrivelmente sabotador do meu próprio destino
Tive um 2019 bastante instável. O que começou com um período de mania, terminou com o conforto espiritual que a experiência psicodélica pode proporcionar. Até o momento, 2020 me parece um ano divisor de águas, onde me sinto no limite entre o sucesso e fracasso, e por incrível que pareça, não consigo decidir qual lado escolher, isto é, sinto de forma muito mais clara na minha carne que o sucesso e o fracasso dependem intrinsecamente do meu comprometimento com o que escolher fazer. É nada mais que uma crise de 1/4 de vida.
De forma brutamente honesta comigo mesmo, sou capaz de afirmar que minha veia artística não é tão forte o quanto pensava ser. Na verdade, é realmente difícil admitir que não tive progresso nas minhas escolhas criativas ~ seja cantando ou escrevendo ~ por pura falta de comprometimento. Eis que completo 27 anos no final do ano, e preciso descrever o tamanho do adversário o qual tenho que lidar no momento. Sou meu próprio monstro, criando o cenário e o megazorde que irão levar ao chão tudo o que inicialmente concebi. Como escritor da minha trama pessoal, sou perfeitamente capaz de criar o cenário e as condições ideias para o progresso, mas acredito que me faltam bolas pra encontrar o heroi, e permaneço observando a deterioração dos meus ideais.
TL;DR: sou incrivelmente sabotador do meu próprio destino
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